quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Concursos públicos não aceitam hemorróidas e cicatrizes



È incrível onde estamos chegando com a descriminação no Brasil. Lendo uma matéria no G1 um dia e me choquei quando li uma matéria que dizia que a Guarda Municipal do Rio de Janeiro considera inapto para trabalhar candidatos que tiverem menos de 20 dentes. A cláusula diz o seguinte: Exame Odontológico - será considerado INAPTO o candidato que possuir menos de 20 (vinte) dentes, sendo 10 (dez) em cada arcada.

A Força Armada vai ainda mais longe quando aponta como “condições incapacitantes”, a acne ou algum processo inflamatório que “comprometa o barbear”. Há restrições também aos portadores de desvio acentuado de septo nasal e doenças alérgicas.

Pois é, não foi apenas esse absurdo que me chamou atenção não. Tatuagens, cicatrizes cirúrgicas, acne, hemorróidas e até fissuras anais podem impedir você de participar de um concurso público, acabando assim com a chance que você teria para conseguir uma renda segura.

Do jeito que esse país é louco, não duvido nada que daqui a alguns anos, seja criado um sistema que funcione igual ao dos deficientes físicos. Um belo dia você vai abrir um edital de um concurso público e irá encontrar: 01 vaga para pessoas com hemorróida, ou 02 vagas para pessoas com acnes.

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2 comentários:

Rôbérto Pàssos disse...

Seu último parágrafo até que foi bem engraçado. Mas existe uma boa razão para a exigência dentária na GM do Rio: é que a rapadura é doce mas não é mole. E comer rapadura sem dentes então...

Falando sério: você já imaginou um general aparecendo em público com barba de três dias? Não dá, né? Ou um policial com aquele "janelão" na boca? Que imagem do poder público ele está passando, vez que é um legítimo representante deste?

Com todos os absurdos casos de corrupção e descaso das autoridades para com a população em diversos setores - saúde, educação etc -, é perfeitamente compreensível o seu sentimento de revolta. Mas não creio ser este o caminho. Temos que nivelar as coisas por cima, e não por baixo, como o governo faz hoje, condenando o país ao atraso, praticando assistencialismo barato em vez de investir em infra-estrutura básica. Em vez de querer colocar o banguela à força, que tal dar a ele um tratamento dentário, para que volte a sorrir? Esse é o caminho. Um grande abraço.

Anônimo disse...

Roberto acredito ser este o caminho correto também. Se fazem tantas exigências assim, ao menos eles deveriam oferecer tratamentos ou planos de saúde dignos, para quem não tem condições.